Para dar Minhas Impressões sobre o livro “O cemitério” do
Stephen King, eu terei que pedir um pouco de confiança, porque se eu falar
muito profundo sobre o livro eu acabo entregando toda a trama fazendo que fique um pouco
sem graça, e digo isso por experiência própria. Eu fui assistir ao filme “O
cemitério maldito” (Pet Sematary, nome original do livro em inglês) antes de ler o livro porque não aguentei de curiosidade e
não tinha o livro em mãos ainda, e a curiosidade matou o gato (rsrs) me arrependi um pouco disso porque minha
experiência com o livro teria sido mais intensa do que foi, o livro é bem pesado
e todas as noites que li e fui dormir em seguida tive pesadelos e agora a
alguns dias que já terminei o livro esses pesadelos ainda me assombram, acho
que são as questões que esse livro trás sobre lidar com a perda, medo, aflição
e desespero.
“O cemitério” é um livro que trata de
uma questão que quase ninguém gosta de lidar que é a perda, a morte de um ente
querido nosso ou ate mesmo de um animal de estimação e quão isso pode ajudar na
nossa formação ou mexer um pouco com nosso psicológico.
Luis Creed é um medico, casado e tem dois filhos, ele e sua
família se mudam da cidade de Chicago para uma pequena casa no Maine, que fica
localizada em uma rodovia muito movimentada por caminhões das fabricas das
cidades vizinhas. O Autor na introdução é ótimo, porque nas primeiras 70 páginas
do livro ele já cria o ambiente, você já conhece os personagens e já deixa o
gancho pra tão assombrosa trama.
Então, do outro lado da rodovia da casa do médico moram um
casal de idosos que são seus vizinhos e acabam se tornando íntimos. Ao lado do
terreno da casa que Luis Creed acabara de comprar tem uma pequena trilha que
leva para um “semitério dos bichos” onde crianças da região enterram seus estimáveis
animais de estimação e também animais que foram mortos pelos caminhões que
passam na rodovia, e quem um dia leva a família pra conhecer o “semitério de
bichos” é seu vizinho que mora do outro lado da rodovia o Senhor Jud Crandall, depois de
conhecer o cemitério a filha de Luis Creed, Ellie fica com medo de que seu
gatinho Church morra e com receio de ter que enterra-lo no cemitério. Para que
o gato não atravesse a rodovia Luis leva o gato para ser castrado para torna-lo
o mais caseiro possível.
Logo no primeiro dia de trabalho de Luis Creed, na
enfermaria de uma faculdade acontece uma tragédia e Luis recebe um paciente que
estava praticamente morto que acabara de ser atropelado, estava com cérebro
exposto e sangrava muito, mas ele ainda insiste em ajudar, mas de nada adianta
e Pascal acaba morrendo e no momento que fica a sós com o corpo, algo
sobrenatural acontece e o jovem já falecido levanta e dá um aviso a Luis, que é
claro, logo acaba ignorando e tentando achar uma explicação mais plausível possível
para aquilo.
Ainda na noite do primeiro dia de trabalho, Luis Creed acaba
tendo um episódio de sonambulismo onde ele acaba indo parar no “semitério de bichos”
guiado por Pascal, o jovem que morreu sobre seus cuidados ainda mais cedo, aquela
alma, aquele ser ou aquela imaginação de Luis Creed que seria Pascal bem a sua
frente o avisa que ele jamais deveria ultrapassar os limites do cemitério, que
é protegida por uma barreira de um amontoado galhos fazendo uma divisão de onde
teria outra trilha. E mais uma vez Luis Creed ignora o aviso, e tenta achar
algo racional para aquilo já que ele é cético.
Mas ele começa a duvidar um pouco das coisas quando acontece
algo que ele temia Church, o gatinho da sua filha é morto por um caminhão
enquanto atravessava a rodovia e é jogado para o quintal de Jud, onde acaba
morrendo. Jud então liga para o Luis e pede para que ele vá ver o gato porque
ele acha que é o gato de Ellie. E é ai que o bicho começa a pegar, quando Luis
confirma ser Church, Jud pede pra Luis por o gato dentro de um saco, pegar
algumas ferramentas de jardinagem e diz para Luis segui-lo e eles seguem pela
trilha que leva para o “semitério de bichos” até então Luis acha que é lá que
eles vão enterrar o gato, mas é ai que ele se engana e o verdadeiro cemitério
do livro se revela do outro lado do “semitério de bichos” depois do limite onde
Pascal o avisara para não passar, lá existe um antigo cemitério minac onde você
enterra o que é seu e ela retorna a vida assim rezaria a lenda espalhada por aquela
região e que Jud Crandall o informa mais tarde, eles enterram o gato além dos limites e o gato no dia seguinte aparece
vivo. Porém, Church não volta o mesmo gato que era antes. Há claramente algo
errado com ele, algo que todos repudiam, mas não sabem identificar. Mas ele
está de volta e a pequena Ellie não teve de enfrentar a morte tão cedo, o que
já foi motivo suficiente para Louis ter feito o que fez.
Luis Creed, cético do jeito que é, médico que já viu muitas
pessoas morrerem na sua frente logo pensa: E se alguém decidir brincar de ser
Deus e enterrar pessoas mortas no tal cemitério e as traze-las a vida
novamente?
É nesse ponto que eu tenho que parar para não atravessar o outro
lado dessa linha tão tênue entre dar um spoiler ou não. A história continua
salpicada de mistério, terror, filosofia e um baquete de situações que balançam
toda a estrutura psicológica e emocional de Louis e crie o final que, para quem
já leu ou assistiu algum dos filmes baseados em seus livros, como no meu caso,
é bem ao estilo Stephen King.
O livro tem uma boa leitura, não leve, mas não realmente
pesada. Alguns momentos são lentos, outros são uma maravilhosa viagem para a
mente de algum personagem, que te faz sentir rodopiando em pensamentos e
teorias por algum tempo. Outra coisa ótima é a descrição das sensações, tanto
as físicas quanto as psicológicas, que são descritas perfeitamente com metáforas
e comparações que as explicam melhor do que as pessoas geralmente conseguem e
eu particularmente tive que deixa o livro de lado algumas vezes para pensar e
refletir sobre o que eu tinha lido a minha mente exigia uma pausa. Esse livro é
perturbador e recomendo a leitura, e ainda digo mais Hey, ho, let’s go! (música da banda Ramones que
aparece em diversos momentos do livro)
+ BONUS:
Existem dois filmes baseado na história do livro o
primeiro filme que é totalmente baseado na obra do autor Stephen King, onde
esteve presente nas gravações e também fez um bocado de exigência como gravar
no Maine e que o filme tivesse um roteiro o máximo fiel ao livro possível e eu
pude notar isso em diversas partes do filme, já o segundo filme não tem ligação
nenhuma com o autor e foi feito pelo diretor do primeiro e se você quer ver um
pouquinho mais de ação do que o primeiro filme vale a pena conferir.
Eu gostei muito de rever o filme porque os personagens do
livro são muito bem representados no filme e você pode ver se imaginava os
personagens mais ou menos daquele jeito ou não, o que é uma coisa que gosto muito que é ver os personagens dos livros em filmes.